- “…trata-se de factos (…) documentados que se torna impossível rebatê-los com verdade, apesar de estarmos informados das diversas ‘demarches’ que os corruptos em causa têm vindo a encetar (…) para, em vão, tentarem lavar a sua cara e mãos…”, Salomão Moyana, director do “Magazine Independente
No seu “Café da Manhã” de hoje, quinta-feira, 9 de Outubro, a RM discutiu a problemática da arbitragem em Moçambique. Alguns dos membros da Comissão Instaladora do Sindicato da Arbitragem foram convidados para dialogarem com o moderador do programa, o jornalista Emílio Manhique, e com os ouvintes daquela estação emissora, estes últimos com recurso às maravilhas da tecnologia (telefonemas e mensagens electrónicas).
Usufruindo dos direitos estabelecidos em sede da Constituição da República, nomeadamente no número 1 do seu artigo 48º (“Todos os cidadãos têm direito à liberdade de expressão, à liberdade de imprensa, bem como o direito à informação”), participei telefonicamente do programa, tendo dito basicamente duas coisas:
- Que os árbitros não devem ter “medo” da pressão que é exercida sobre eles, dado que isso apenas mostra que o trabalho que desenvolvem é [socialmente] útil e relevante. O que interessa, ajuntei, é a forma como eles lidam com essa pressão. Expliquei-lhes que a situação era quase a mesma em todas as profissões ‘sensíveis’, incluindo a de jornalista. Afirmei, na ocasião, que um jornalista que nunca sofre pressão das suas fontes, para publicar ou deixar de publicar uma ‘estória’, é mais um ‘jornaleiro’ que jornalista;
- Que a ideia de criação de um sindicato era positiva como ponto de partida, mas que não podem se iludir, pensando que, uma vez criado o sindicato, se resolverá automaticamente, por exemplo, o problema de corrupção na arbitragem, que muitos ouvintes afirmaram haver. Dei-lhes exemplo da classe jornalística, que tem um ‘robusto sindicado’, mas que não discute questões como ética e deontologia profissional, que, no fim do dia, acabam se traduzindo em esquemas de corrupção, que a temos em demasia no seio de nós, jornalistas. Alertei-lhes, assim, para que tudo fizessem no sentido de evitar isso. O nosso SNJ, infelizmente, só ‘aparece’ quando o assunto são festas e prémios.
Em editorial intitulado “Conselho de Administração da Corrupção”, inserto na edição desta quarta-feira do semanário “Magazine Independente”, o jornalista Salomão Moyana lamenta o ‘estado da crise”, por dolo expresso, que se vive na Aeroportos de Moçambique (ADM). A dado passo, ele escreve: “…trata-se de factos (…) documentados que se torna impossível rebatê-los com verdade, apesar de estarmos informados das diversas ‘demarches’ que os corruptos em causa têm vindo a encetar (…) para, em vão, tentarem lavar a sua cara e mãos…”.
Devo confessar, aqui e agora, que subscrevo a opinião de Moyana, dado que as ‘demarches’ a que ele se refere foram mesmo empreendidas. “Anos” antes de os colegas do “Escorpião” iniciarem a publicação daquela ‘escandaleira’, o dossier completo chegou às mãos de um jornalista de um reputado semanário [independente] da praça, esse que, movido pela ‘ideologia da sua profissão’, que anima a qualquer profissional que tenha conseguido uma boa ‘estória’, fez todas as ‘demarches’ recomendadas pela ‘norma’, redigindo, no final do dia, a sua reportagem.
Infelizmente, as suas ‘demarches’ profissionais foram ofuscadas pelas ‘demarches’ dos corruptos, que, não querendo perder tempo em dialogar com ‘padres’, preferiram ir ter com o próprio ‘papa’, que se encarregou de ‘mandar paginar’ a reportagem na página 33 desse jornal, que tem 32 páginas.
Em boa verdade, parece que os morcegos já começaram a doar sangue…
Thursday, October 9, 2008
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