Ernesto Nhanale[1]
Em 1989, Francis Fukuyama publica um interessante artigo, que mais tarde é editado no livro "O Fim da História e do Último Homen", defendendo a tese de que, com a queda do Murro de Berlim, o surgimento dos movimentos reformistas na então União Soviética e na Europa Oriental, além da propagação da cultura do consumo em escala mundial, marcava-se a vitória do Ocidente e do mundo capitalista sobre o Socialismo.
Ao longo dos últimos anos da década passada e primórdios desta, a prova da tese de Fukuyama pareceia mostrou-se evidente. O mundo torno-se, aparentemente, de orientação capistalista, apesar da resistência de alguns regimes. Na descrição dos seus críticos, Fukuyama pareceu mais um autor pro-ocidente. Obviamente, deveria sê-lo ao proclamar a vitória do capitalismo.
A permanência de regimes políticos, sobretudo no oriente, classificados como ditatoriais foi colocado como uma das fraquesas da tese do Francis Fukuyama, apesar de na sua obra reconhecer a sua existência, mas com fraca expressão. A China, por exemplo, apesar de fazer parte dos sistemas considerados ditatoriais, tem se constituido como um expoente forte da economia do mundo.
Hoje, com a crise económica que o ocidente vive e, por extensão, também os países da periferia, alguns governos dos países do centro, o ocidente, estão a ser obrigados a ter uma forte intervenção nos seus mercados financeiros.
Há ai algumas cogitações que dão conta de que os pressupostos da tese do Fukuyama - com a crise económica que o mundo se depara e as medidas de superação que estão a ser tomadas pelos governos ocidentais - estão a serem postas em causa?! Obviamente, a história estará a ganhar novos rumos! Não se sabe que será do “último homem” pobre da periferia, apesar da nossa primeira ministra almejar que todo esteja bem no país (Vide a edição do Jornal Notícias, dia 09 de Outubro de 2008). Sobre o laconismo deste discurso da PM e a incapacidade do nosso jornalismo em fazer perguntas, discutiremos nos próximos dias.
[1] Moçambicano - Estudante do Mestrado em Estudo dos Media e Jornalismo na Universidade Nova de Lisboa.
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1 comment:
O balconista Fukuyama foi alçado ao posto de intelectual pr alguns. Não acredito nisso, nem na sua versão sobre o fim da história, e não precisa ser de esquerda para ter esse posicionamento. A história está apenas começando, sobre tudo se redirecionando, mais cedo ou mais terde ocorrerá uma nova grande mudança.
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